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Tuesday 24 May 2011

GUA ENGARRAFADA EM VEZ DE MINAS EM CAUREM, por Rajendra Kakodkar

A monção de sudoeste traz-nos todos os anos grande quantidade de água. E as colinas de Caurem, com uma cobertura florestal verdejante e um desnível topográfico acentuado a sotavento, propiciam a criação de um lençol freático constante acima da superfície e que constitui uma verdadeira dádiva divina para a população de Caurem e de Goa. Esta água é a mais pura, e desce pelas paredes rochosas penetrando capilarmente as entranhas do terra ao mesmo tempo que se vai enriquecendo dos nutrientes de que as comunidades humanas necessitam para viver e florescer.
Haviam várias nascentes visíveis na zona há uns dez ou vinte anos atrás, mesmo durante o pico do verão. Mas a ganância de alguns está a destruir as terras, as montanhas, as florestas, os aquíferos e, por consequência, também as nascentes. A água mineral engarrafada vende-se a 15 rúpias por garrafa. A abundância destas nascentes pode tornar-se numa autêntica mina de ouro.
Uma cooperativa local poderia desenvolver um projeto de exploração destas águas, nos mesmos moldes da Amul. Este seria um projeto sustentável porque, ao contrário das minas de ferro, a água é um bem renovável. Enquanto florestas, solos e acquíferos são destruídos pela mineração, o engarrafamento valorizaria estes mesmos recursos.
A comunidade beneficiará imenso em emprego e dividendos procedentes dos lucros da cooperativa. O próprio Governo de Goa poderá tirar maior rendimento do que aquele que lhe chega atualmente da exploração de minas.
Projetos sustentáveis, renováveis e amigos do ambiente como este, podem garantir finaciamentos mais rapidamente, graças ao incentivo promovido pelo Banco Mundial e outras instituições financeiras multilaterais. A juntar-se a isto está o cariz tribal da população local. A política seguida pelo RBI no que diz respeito à concessão de empréstimos em sectores prioritários encontrará também neste projeto de sonho grande viabilidade. Muitos filantropos tais como Bill Gates da Microsoft, Narayan Murthy da Infosys ou Azim Premji da WIPRO estão também à procura deste tipo de projetos nos quais possam investir.

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